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Foto do escritorLucas Lima

A Terra do Queijo Artesanal

Atualizado: 8 de out. de 2019

De sabor único, queijo produzido em Alagoa surpreende o paladar. Curado é ainda melhor


A receita original veio da Itália, trazida por Pascoal Poppa, mestre queijeiro natural de Parma. Descrito como um gordo senhor de olhos e pele clara e bochechas avermelhadas, Poppa apostou que, devido às semelhanças de relevo, clima e ve-getação com sua terra natal, conseguiria fazer um bom queijo em Alagoa. O italiano acertou.


Isso foi na década de 1920. De lá pra cá sua receita foi conquistando paladares, fama e prêmios.


Caricatura do iltaliano Pascoal Poppa, segurando sua mais famosa criação, o Queijo de Alagoa.

Queijo d’Alagoa, terceiro melhor queijo de mundo


Quando convidado a levar sua versão da receita “Queijo d’Alagoa” para uma competição mundial na cidade francesa de Tours, Osvaldo Martins de Barros Filho não imaginava que sua peça com cura de apenas 1 mês faturaria o tão cobiçado terceiro lugar no Mondial du Fromage, de 2017. “Foi uma alegria imensa quando entrei no Salão do Queijo e gritaram: Osvaldinho, seu queijo é bronze!” diz o orgulhoso mineiro. Outras versões da receita já faturaram prêmios não menos prestigiados no Brasil, mas esta sem dúvida foi a mais notável façanha a nível internacional. Esta fama inédita fez com que ainda mais apreciadores voltassem seus olhos para a cidade e seus sutis sabores.


Hoje aproximadamente 50 produtores fabricam seus queijos usando a receita de Pascal Poppa e cada um desses queijos tem seu sabor particular, uns mais picantes, outros mais suaves. O grande lance é tentar provar cada um deles, se possível, pessoalmente.


Não é parmesão. É Queijo de Alagoa


Na Itália, as peças de parmesão têm entre 24 e 40 kilos e precisam de pelo menos um ano pra maturar. A sacada de Poppa foi reproduzir a receita em formas menores (entre 1 e 6 kilos) e consumir o queijo mais fresco.


“O leite cru é colocado em um grande tacho de cobre, aquecido a lenha. Ao chegar à temperatura de 36°, é adicionado o fermento (sobra da produção do dia anterior) e o coalho. O leite então começa a aglutinar-se em pequenas partículas que logo se transformam numa massa homogênea que é retirada do tacho e colocada em formas plásticas, onde fica por algumas horas. Depois o queijo vai para a salmoura, onde descansa por 5 dias”, explica Marcelo Fonseca, mestre queijeiro da Fazenda Entre Morros.


Observar de perto esse processo em umas das pequenas fábricas espalhadas na paisagem, acompanhar sua produção e conversar com um produtor é uma experiência fantástica.


A Festa do Queijo


No final do mês de maio acontece o Festival do Queijo, evento já tradicional onde os produtores levam suas criações a juri técnico.


No Parque de Exposições da cidade, em cima de uma grande mesa, os participantes expõem suas criações. As peças de 6 kilos ficam previamente cortadas em cubinhos e qualquer pessoa pode entrar e provar.


Todo ano um produtor diferente acaba saindo vitorioso, mas quem ganha mesmo é a cidade, que se torna ainda mais acolhedora e saborosa nessas noites frias de outono.

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